sexta-feira, 5 de junho de 2009

Crônicas de Viagem I

Era só um ônibus, movimentando-se no meio do nada.
E porque não havia a necessidade de ver, fez-se a noite.
A noite era fria, densa e longa, não queríamos falar nada, tampouco pretendíamos ouvir.
Compreendam: não havia a necessidade de ouvir.
Mas ouvíamos.
Lá, perto dos últimos assentos, dois conversavam em alto e mau tom.
Cada qual com um copo de cachaça, o jurista e o médico cortavam o silêncio da viagem.
Era noite, era frio e o mundo reverberava lá fora, em estrelas luminosas.
Éramos um nada perdido no universo imenso.
Atravessávamos pastagens vazias, asfaltos desertos e para quê, meu Deus, aquelas palavras?
Pensei em perguntar, mas só pode que decidiam ali o futuro do mundo.

Um comentário:

  1. Bah, ninguém merece...
    Conheço bem esse problema. É por isso que agradeço o gênio que inventou o MP3 e cia.
    Beijo mano.

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