De repente as veias foram se abrindo, espasmadas em um grito-jorro de cor carmim. Não, ela não cortou os pulsos. Não, ela não queria tão ardentemente morrer. Só que suas veias abriram, no meio da tarde quente e azul.
Um problema.
Curiosa, ela olhou a pele na base de suas mãos. E dali o sangue lhe fugia todo. Não gritou. Não correu buscar ajuda. Não estancou a hemorragia com a revolta dos que se querem vivos. Sentou calma. Olhou as mãos vermelhas. A grama vermelha. Suas pernas vermelhas. Seus pés vermelhos. A pele dos braços cada vez mais branca. E esperou.
Quando o sangue já era só uma gota a pingar pelo dedo anelar, notou, aliviada, que já não sentia mais dor.
Virou outra coisa...
ResponderExcluirA mais forte e a mais certa, talvez.
Virou outro suspiro.
Virou outra página.
Virou quem deveria sempre ter sido.
(ah... te ler em alguns momentos é PIRANTE... amo).
S
Ah... a serenidade.
ResponderExcluirO que pode querer desesperadamente não sentir...
ResponderExcluirrespiro, leio de uma vez só. *suspiro
ResponderExcluirnossa, isso me lembra muito algo que escrevi um tempo atrás... o sangue escorria pelo dedo médio, e havia um certo alívio em sentí-lo daquela maneira, gotejando e se libertando dela...
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