terça-feira, 25 de setembro de 2012

Trevo de três folhas só


Às vezes quem está de fora tem uma visão 'mágica' da sua vida. As pessoas tendem a pensar que tudo que você conquista é uma questão de sorte, favorecimento divino, astral ou puro apadrinhamento mesmo. E elas acham, então, o mundo injusto. “Por que as coisas boas só acontecem com os outros? Por que só eu é que nunca me dou bem?”

As mesmas pessoas, no entanto, não sacrificariam aquela festa de final de semana para ficarem em casa, estudando. Elas não passariam uma tarde de chuva, propícia para um boa soneca, trabalhando sem ganhar recompensa alguma por isso. As mesmas pessoas que dizem não ter ‘sorte’ no amor, são aquelas que acham um máximo “pegar” quinze em uma noite.

Por favor, sejamos coerentes. Concordo com Thomas Jefferson: "Creio bastante na sorte. E tenho constatado que, quanto mais eu trabalho, mais sorte tenho"

Sorte existe? Existe. Favorecimento divino existe? Existe. Apadrinhamento existe? Existe. Mas esses itens são como animais em extinção. Se você não tem nada disso – e eu mesmo não tenho – a solução mais simples é uma só: trabalhar. Eu sacrifico todos os dias uma porção de ‘vontades’ em troca de necessidades. Shows, festas, bebedeiras e badalações ou artigos, pesquisas, leituras e revisões? Segunda opção para mim, por favor.

Eu me divirto também, lógico. Eu saio também. Eu bebo também. Mas bem menos do que minha idade permitiria. Por quê? Porque eu tenho ideais. E porque eu sei que “deus” nenhum, “mágica” nenhuma, “indicação” nenhuma vai aparecer, exceto se EU fizer aparecer, exceto se EU me esforçar e fizer realmente por merecer.

Nada me veio fácil. Nada me “aconteceu” simplesmente, por jogo de destino ou sorte. Cada conquista, por mais humilde que seja, foi fruto de dedicação e sacrifício. E continua sendo. Quanto mais oportunidades, mais trabalho, mais preocupações, mais incômodos. E eu reclamo? Não. Eu faço. Faço porque é por mim.

Já me ofereceram atalhos, caminhos fáceis, e eu recusei. Não importa em que lugar eu vou chegar, desde que seja pelos meus próprios meios. Se for por competência e esforço, ótimo. Se for por amizade, fico lisonjeado – mesmo - mas não, obrigado. Eu preciso ter certeza do meu merecimento. Sempre precisei.

Enfim, cada vez que você considerar alguém uma pessoa de “sorte”, pense em quanto esforço há por trás de suas conquistas. Se você quer ter as mesmas oportunidades que ela, as mesmas vitórias, não se preocupe com essa pessoa, mas com o que VOCÊ está disposto a fazer e a sacrificar. 

Quer sorte? Ótimo. Trabalhe duro e chame as consequências – que certamente virão – de “sorte” ou daquilo que você quiser chamar. 

4 comentários:

  1. Há coisas na vida que não estão nas nossas mão para resolver, mas são poucas, muito poucas. A maioria depende da nossa vontade.

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    1. Boa vontade, de preferência.
      Obrigado, Poeta da Colina, pelas vindas constantes.

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  2. Saem pra "pegar". E pegam. Hepatite, cândida, sida... E depois não sabem porque Deus é ruim com elas e elas não acham o príncipe que merecem... Oh dó.

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