segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Dia Griz

“Me espio de viés”

Hoje ninguém nasceu e eu te imagino em seu quarto, rodando as nuvens. Meu olho gira em redemoinho de dor descompassada. E tudo mofa, morre, depois suspira. Alívio.
A cabeça dolorida da noite, os olhos cheios de chuva, a nevralgia terna de existir. Socorro, eu cochicho baixinho. Você fecha a janela, entrou um vento tão frio... E eu sozinho no muro, desenhando em carvão aquelas velhas dores que não sei sonhar.
Porque quando fecho os olhos tudo é escuro. Carvão nos muros. Pálpebras quase palpáveis, dores memoráveis, porque viver é ir doendo.
E não me importa que apagues a luz, nem que desligues a música. Não me importa. No fim, onde estou é sempre escuro e silente.
Eu só queria ter minha caneta de volta, mas foi perdida com os prazeres dos gizes de cera.

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