terça-feira, 1 de setembro de 2009

E quem souber que conte outra

Meu Deus, que alegria, que graça, que complexidade quando meus livros chegavam. Eles vinham raramente, mas vinham, repletos de letras, pinturas e músicas, na ordem inversa à da preferência. E eu ouvia uma, duas, três, cem vezes a mesma história, até quase enrolar a fita, até quase rasgar as páginas. Eu era príncipe, pássaro, raposa astuta e feiticeiro. Eu era gênio, duende, aprendiz e guerreiro.

Nas tardes vazias eu viajava mundos, tecia ilusões e cantava bem alto, em todas as cores. Sentava próximo à janela, com um gato sobre o colo e um livro nas mãos. Eu era criança. E quando criança, eu era tudo.

Hoje? Hoje sou adulto e isso já não me basta.

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