quarta-feira, 12 de maio de 2010

Para a de copas, a cabeça. Para a de ouros, os dedos.

Às vezes, só para poder dizer que Deus é bom, eu preferia não saber. Eu queria o maravilhoso dom dos ignorantes, os únicos que conseguem manter a sanidade. Sendo ignorante eu não saberia por quem os sinos dobram, por quem os relógios param e por quem os celulares tocam.

A droga é que um dia eu quis saber. E véus abertos não se fecham. Agora que eu aguente destino igual ao de Cassandra. Eu vejo, sinto, sei, falo. Você não acredita. Você não vê, não sente, não fala. 

Ou finge que.

Eu tenho 78 cartas que me escrevem destinos, de vez em quando. Nem delas preciso. Eu sei quem joga as bombinhas de São João. Eu sei quem espera (há muito) que espoquem nossos dedos anulares.


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