Vem, vamos embora daqui. Este não é um lugar para pessoas como você e eu. Há um céu que sempre é azul e no centro dele aquela bola de fogo que mata aos poucos pessoas e animais. O calor faz com que o ferro se retorça nas cercas e as galinhas já botem os ovos cozidos. Nada por aqui é muito normal, nem muito comum. Das camas nas calçadas até os trens coloridos que passeiam pelo asfalto. Por aqui, já notaste?, há pessoas que não sorriem. Mas tenha uma certeza, se algum dia amanheceres morto procure entre as que mais lhe eram afáveis o assassino. Não conhecem palavras como verdade, sinceridade, lealdade, me juraram eles. Há aqueles que sempre erram e, pasme, pessoas que são per-fei-tas. Não, não, não. Para mim basta. Carregue tuas coisas, faça tua mala, a minha está pronta. Não leve nada mais que permita uma fuga na madrugada. Vem, aperta o passo, porque já vamos tarde demais.
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
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