terça-feira, 27 de setembro de 2011

Da cópia

Outro dia cunhei a seguinte frase: "Escrever é isso, no fim, encontro de dores. Da dor de quem lê, na dor de quem escreve". Nada tão inovador, nem muito diferente do que Pessoa já dizia na sua Autopsicografia, apesar disso, verdadeiro.

Eu me identifico com tantas dores alheias... Muitas delas escritas. Às vezes o outro consegue condensar tão bem o que sentimos, em palavras, que é como se elas tivessem saído de nós. Daí vem a vontade imensa de ter escrito aquilo, cada letra, porque não é de outra coisa que fala, senão de nós. Eu mesmo queria, por exemplo, ter escrito metade dos livros da Clarice Lispector. E quase todos os do Caio Fernando Abreu. Não escrevi.

Não escrevi, mas posso ler, posso me identificar, posso encaixar minhas dores nas deles e posso, sim, copiar. Copiar para guardar, para compartilhar, para dizer com as palavras deles como eu me sinto aqui.

O fundamental, porém, é o que se faz nessa cópia.

Em primeiro lugar, não posso jamais mudar um texto que não é meu. É como se, diante de uma pintura, eu decidisse pegar um pincel e adequar qualquer cor a outra que mais me agradasse. Não. Não é assim. Alguém sentiu suas dores, sentou, pensou, escreveu, releu, corrigiu, refez para que tudo se encaixasse desse ou daquele modo... Que direito eu tenho de mexer no que não é meu? Princípios fundamentais. Daqueles que se aprendem na educação infantil.

Em segundo lugar, é imprecindível dar a César o que é de César. Ou seja, o nome de quem escreveu aquele texto PRECISA aparecer ali. Apropriar-se do que não é seu - seja dinheiro, um objeto, um quadro, um texto - é sempre roubo. Não é porque são imateriais (e são mesmo?) as palavras que elas podem pertencer a qualquer um.

Magoa ver uma coisa sua, tão íntima - porque toda escrita minha é diário íntimo - servindo de palco ao agrado de qualquer um. Falo isso porque hoje vários textos meus estavam espalhados por aí, ao vento. E se eu perguntar a quem os copiou/roubou quem é a Ághata, por exemplo, de que falam os textos, eles não saberão. Para eles é um nome. Para mim não.

Entendem? Poucos compreendem a grandiosidade do que escondo ali, nos meus escritinhos pequenos. Meus códigos, meus traços, meus segredos. Coisas que para outros podem não fazer sentido algum, palavras e nomes que são enfeites alegóricos podem ser, em mim, o centro de tudo mais.

Não sou contra a cópia, muito pelo contrário. Eu copio os textos de que gosto. Mas não os altero e sempre dou crédito a quem os escreveu. É preciso entender que isso não desmerece ninguém. Muito pelo contrário. Colocar o nome de quem desenhou aquelas letras não só demonstra sua integridade e caráter, como também enaltece suas leituras. Culto não é aquele que "escreve" palavras bonitas plagiando o que é alheio. Culto é quem reconhece o valor dessas palavras e de quem as escreveu. Culto é aquele capaz de mostrar as leituras que têm e as fontes nas quais se inspira.

Perdão, enfim, pelo desabafo todo. Mas dói. Dói como doeria você ver uma coisa sua - e da qual você gosta muito -, sendo exibida nas mãos de outro. Eu só não queria cair no abismo de bloquear esse blog todo. Seleção, clique com botão direito e teclado com o seu Ctrl... Penso que certas coisas são mesmo desnecessárias. E no fundo, mesmo, nem que seja de bobo, eu acredito no melhor das pessoas. Acredito em quem copia e dá créditos. E acredito, acima de tudo, em quem corrige os próprios erros.

Valeu.

11 comentários:

  1. Devo presumir, Cíntia, que as modificações feitas nele também não são suas?

    Desculpe, minha cara, mas colocar um título entre aspas diz realmente pouco sobre a autoria do texto. Você está estudando ainda, não?! Mais cedo, ou mais tarde, será capaz de perceber a gravidade de copiar o que é alheio.

    Caso ele fosse mesmo de autor "desconhecido" e há teorias que afirmam não existir um "autor desconhecido", só um não identificado, você deveria ter colocado essa observação ali.

    Vi que agora você deu os devidos créditos. Poderia também copiar o texto original, não? Sem essa primeira parte... com os verbos e substantivos no masculino e tudo mais, certo?!

    No mais, não tente amenizar o que você fez. Um ditado popular antigo costuma dizer que: o remendo sempre sai pior do que o erro.

    Não esqueça de que havia seu nome abaixo da postagem, indicando (ou falsificando, se preferir) claramente a autoria. Se você quiser, posso enviar uma cópia da página salva - sempre salvo quando fazem isso, caso seja necessário mover qualquer tipo de processo por plágio.

    Então, minha menina, muito mais bonito era você assumir o erro, pedir desculpas, dar os créditos e colocar o texto original. Ponto.

    Todo mundo erra e você, por ser ainda jovem, mereceria de todo bom grado uma indulgência.

    Feio é discutir quando se está errada.
    Espero que você possa amadurecer com alguma coisa do que eu disse aqui.

    No mais, muito sucesso com os SEUS escritos.

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  2. Além do mais, Cíntia, você acertou em uma coisa, sou realmente inteligente. Inteligente o suficiente para ver que entre o horário da minha postagem e da sua só se passaram poucas horas. Tempo insuficiente para o texto já estar rodando em e-mails por aí.

    Isso sem contar no fato de você seguir o meu blog e, portanto, ter acesso às atualizações.

    Tente agir corretamente comigo, por favor.

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  3. Cíntia, faça melhor do que isso, então.
    Me envie uma cópia desse e-mail para que possa, realmente, perguntar o porquê dele ter modificado meu texto e tirado a minha autoria.

    Além disso, explique porque você colocou seu nome no texto, certo?!

    Quanto a acusar você, eu só o fiz baseado em PROVAS. Todas muito bem guardadas e registradas.

    Até então queria ajudar você a concertar um erro e ser uma pessoa um pinguinho melhor.

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  4. Ah, e sim, os créditos são preciosos sim. De um jeito que você nem consegue imaginar.

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  5. Cíntia, CALA A BOCA!

    Você está errada. Chega! Deu!

    Nem que o Papa tivesse te mandado o e-mail, você não tinha o direito de publicar o texto colocando seu nome embaixo. (e eu vi, e todo mundo viu, o Vini publicou no Facebook). Além disso, essa de "título entre aspas" só pode ter vindo de uma ameba mesmo, né? Só que se você é uma ameba, ninguém mais aqui é.

    Quer dizer que se eu publicar um livro de outra pessoa, com meu nome na capa, mas colocar entre aspas o título está tudo bem... tudo legalmente certo, né? Não é plágio de jeito nenhum. Nunca nesse mundo.

    E outra coisa, nos comentários (QUE VOCÊ EXCLUIU) você agradece os elogios pelo TEU texto.

    Seja, pelo menos, coerente, já que esperta você já mostrou e provou que não é.

    Vini, Cala a boca você também.
    ahahahahahaha

    Brincadeira, cara, mas, na boa, você não merece isso. Com seu talento e criatividade você não precisa se sujeitar à comunicação com amebas.

    Você tem os arquivos salvos, não tem? Então pronto. Chama um "adêvogado" e faz o que precisa ser feito.

    Não suje suas mãos com tralha pouca.

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  6. Como a internet é maravilhosa, né?! Não adianta esconder seus erros, excluir as porcarias que você faz. Elas são como aquele louquinho do sexta-feira 13. Elas SEMPRE voltam.

    Olha que bonito:

    http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:Z5Js6lbVE0kJ:cintiadekassia.blogspot.com/2011/09/os-dias-estao-tao-corridos-que-quase.html+site:http://cintiadekassia.blogspot.com/2011/09/os-dias-estao-tao-corridos-que-quase.html&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

    Diz agora que não publicou como se fosse dela, diz.

    "Nunca precisei plagiar e nem me aproveitar de nada e nem de ninguém para ser original. E não sei se vc se deu conta, mas em todas as postagens do blog, no finalzinho delas, tem escrito quem os escreveu." (grifo meu)
    Cíntia de Cássia

    Viu como se cita alguém. kkkkkkkkkkk

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  7. Nossa cara, li tudo, e é muito desgosto, acho que para um escritor o maior.

    As vezes digito umas frases de meu twitter no search, e vejo frases sem citação, é pouco, mais dói, dói mesmo, é uma parte de você que o que mais se quer é que reverberem, não quero parabéns, nem abraços, só meu nome ainda ao final.

    Como alguém pode se sentir bem com isso. Desgosto puro.

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