De repente ele sorriu. Ele tinha um plano. Agora, finalmente, sua vida se pautava em um objetivo. Era algo simples, mas bem elaborado em sua essência. A cada dia deveria quebrar uma coisa. Começou pelo vaso de cristal da avó. Achou interessante que de uma só peça se fizessem milhares, talvez milhões. Além dos cacos, ainda havia os grânulos, farelos e até o mais fino pó. Desde então segue rigidamente sua meta. Quebra qualquer coisa, uma por dia.
Galho, lápis, caneta, clips, calculadora, vidro, rádio. E lá se foi uma semana. Tudo que ele quebra se divide e, por isso mesmo, multiplica. Ele não tem mais um singular, ele tem plural. E os cacos preenchem sua vida.
Seu coração já é de cacos. A cara, perdeu a conta de quantas vezes quebrou. Mas joão é forte. Pensou em desistir quantas vezes... Mas agora ele tem um objetivo, uma meta.Vai dormir pensando no que quebrará no próximo dia e acorda pronto para fazê-lo. Há tantas opções sempre à mão. Um universo de pequenas insignificâncias que podem ficar ainda menores quando partidas. De algumas os outros sentem falta, mas de outras nem se apercebem. joão ainda vive, e só porque ele tem um sonho. O de um dia, em êxtase e glória, finalmente quebrar o pescoço.
sábado, 15 de dezembro de 2007
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Será o o sonho dele era realmente "quebrar o pescoço"?
ResponderExcluirGostei da idéia que ele teve, afinal, não se vive sem um objetivo, sem um sonho... mas tal atitude mostra que na verdade ele queria mostrar a si mesmo que ainda estava ali e que tinha controle sobre algo...!
Perdoe-me se eu estiver errada...!
=*