quarta-feira, 30 de julho de 2008

Inconformismo

“Como é triste a tristeza, mendigando um sorriso”

Há em mim as fomes de um sem fim. Um buraco negro no espaço exato de meus metros. Talvez a dieta explique, talvez os remédios curem, talvez as lágrimas preencham. Não sei. Olho para lados distantes e vejo tanta vida pulsando, tantos caminhos de ouro, tantos refletores brilhantes.
E aqui?
A miséria corrói construções pintadas de cinza, não há qualquer esperança no amanhã, qualquer futuro plausível. E os vermes miseráveis riem, porque pensam que são felizes. Hipócritas, corrompidos pela idéia de que dinheiro não traz felicidade. E o futuro? E os sonhos? E toda loucura? E todo stress?
Não há verbas para stress e ser louco custa caro.
Essa cidade definha, morre, alguns dizem ser praga de um antigo padre, outros investem a culpa na política. Ah, Deus, que seja, eu só queria ver o que há atrás do muro.
Eu preciso desesperadamente de mais do que isso. Eu preciso viver as vidas que são negadas a toda essa gente, preciso provar para alguém que sou melhor do que tudo isso que me dão.
Há um abismo de muitos passos e uma poltrona confortável na beirada, só que ninguém percebe que atravessando o abismo a terra é de ouro e os rios são de mel.
Eles se perguntam: “Para que arriscar?”. E eu, hoje, me pergunto: “Como arriscar?”.
Porque o risco é tudo que quero, tudo que me mantém vivo. Eu preciso sair de toda esta lama, de toda essa chuva, antes que esta terra tome conta de mim.
Há tanta gente no mundo, porque eu tinha logo que ser eu?

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