terça-feira, 18 de agosto de 2009

Sozinho (de novo)

“Por que você me deixa tão solto?
Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho!

Não sou nem quero ser o seu dono
É que um carinho às vezes cai bem

...

Onde está você agora?

Então, nunca eu?
Não. Eu fico para trás, eu sou o “depois”, sou o “se der tempo”. A tempestade vem se eu a invoco, mas você não. O vento vem e quase passa, arrasta as árvores, estala a casa, e na rua ninguém.
Não importa o quanto eu chame, grite ou me despedace. Não importa o quanto eu te ame, fique ou passe.
Dia e noite, há mais importância em quem te fere do que em quem te excita.
Enquanto lhe sacia a boa companhia, falta-me qualquer ousadia. Testa colada à vidraria nua, gelado, olhando a rua.
Sempre a mesma espera....
Não, não se importe por minha causa, venha a hora que quiser.
Eu já estou quase acostumado a me desmerecer na solidão.
Mas qualquer dia...
Qualquer dia eu deixo você deste lado da janela, me esperando. Deixo você deste lado da porta, enquanto eu converso com meus amigos lá fora... Amigos bons, daqueles que dizem me preferir quando estou sozinho... Você entende? Entende...
Aí, você, bem sozinha, vai poder escutar meus risos, que Não serão para você...
Qualquer dia, daí você entende o quanto dói.

Ah, e as chaves... estão debaixo do capacho.



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