"Se me der na telha sou capaz
De enlouquecer
E mandar tudo pr'aquele lugar
E fugir com você pra Shangrilá"
Todos os soldados dentro de mim. As panteras negras e os pumas alvos, espiando pelos buracos dos meus olhos; como se fossem seteiras rudimentarmente castanhas. Há baratas correndo na parede dupla de minha carne. Ratos no porão, raposas no telhado, macaquinhos no sótão. Há saltimbancos saltando nas veias e arlequins dançando em algum lugar do salão. Há nos cabelos moscas varejeiras e nos lábios borboletas voadeiras. Escondidos em mim os assassinos, fugitivos de meus demônios. Não, não há anjos em meus domínios. Há zeladores zelosos em cada porta: de mim ninguém passa! São palhaços presos na roda gigante, putas paradas nas sombras tristes das ruas. Crianças de rostos preocupados e velhos sem dentes chupando pirulitos.
Em mim todos residem, resistem, imóveis vegetam. É o grasno das aves que falta, é a dança das ciganas que se ausenta.
Falta vida, movimento, falta tudo e ninguém aqui dentro faz nada.
Avante, meus marinheiros, comecem qualquer motim... pelo amor de Eus.
De enlouquecer
E mandar tudo pr'aquele lugar
E fugir com você pra Shangrilá"
Todos os soldados dentro de mim. As panteras negras e os pumas alvos, espiando pelos buracos dos meus olhos; como se fossem seteiras rudimentarmente castanhas. Há baratas correndo na parede dupla de minha carne. Ratos no porão, raposas no telhado, macaquinhos no sótão. Há saltimbancos saltando nas veias e arlequins dançando em algum lugar do salão. Há nos cabelos moscas varejeiras e nos lábios borboletas voadeiras. Escondidos em mim os assassinos, fugitivos de meus demônios. Não, não há anjos em meus domínios. Há zeladores zelosos em cada porta: de mim ninguém passa! São palhaços presos na roda gigante, putas paradas nas sombras tristes das ruas. Crianças de rostos preocupados e velhos sem dentes chupando pirulitos.
Em mim todos residem, resistem, imóveis vegetam. É o grasno das aves que falta, é a dança das ciganas que se ausenta.
Falta vida, movimento, falta tudo e ninguém aqui dentro faz nada.
Avante, meus marinheiros, comecem qualquer motim... pelo amor de Eus.
crepúsculo.
ResponderExcluirGostei muito do seu texto. Deu certa agonia ver tanta coisa junta dentro de uma só pessoa.
ResponderExcluirSagitariano.
ResponderExcluirE há, entrelaçando, gracioso ritmo.
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