“Escuta: Eu te deixo ser, deixa-me ser então.”
O problema é que vocês, rondando minha vida, não me deixam ser. Ser o quê? Este é o problema, ser simplesmente. Porque a presença de vocês exige que eu seja alegre ou triste, homem ou menino, bondoso ou mau, calmo ou destemperado... A presença de vocês só traz adjetivos e não os quero. Quero a calma de me perder no campo insondável desta casa e ir sendo ao passar das horas. Como é uma samambaia, como é um dos gatos sozinho.
Eu quero ser o que nas definições não cabe. Mas não aquilo que não cabe por transbordar, transpassar, quero não caber por estar aquém, por ser ínfimo, incontível, inguardável. Mais ou menos como poeira perdida no vendo, que sozinha é. Que não se pode (nem se quer) capturar. Somente juntada a outras ela toma volume, ganha corpo, ocupa espaço. Lá vem uma mulher com a pá juntar a sujeira que varre. Junta ela é poeira, sozinha ela é.
Eu quero ser, como a sombra solitária e vaga, como o fantasma insólito e invisível. Mas como, se já vem me exigindo mais? Me exigindo ações, reflexões, pensamentos, frases inteiras. Deixem-me no meu papel de leitor, observador, mudo diante o texto. Não me tornem narrador, menos ainda personagem. Eu quero ser, longe de tudo isso. Deixem-me só, só por hoje só. Tratem-me como o xaxim do mato, que se receber cuidados, morre. Tratem-me como ao anão do jardim, que todos deixam simplesmente ser, sem nada exigir.
O problema é que vocês, rondando minha vida, não me deixam ser. Ser o quê? Este é o problema, ser simplesmente. Porque a presença de vocês exige que eu seja alegre ou triste, homem ou menino, bondoso ou mau, calmo ou destemperado... A presença de vocês só traz adjetivos e não os quero. Quero a calma de me perder no campo insondável desta casa e ir sendo ao passar das horas. Como é uma samambaia, como é um dos gatos sozinho.
Eu quero ser o que nas definições não cabe. Mas não aquilo que não cabe por transbordar, transpassar, quero não caber por estar aquém, por ser ínfimo, incontível, inguardável. Mais ou menos como poeira perdida no vendo, que sozinha é. Que não se pode (nem se quer) capturar. Somente juntada a outras ela toma volume, ganha corpo, ocupa espaço. Lá vem uma mulher com a pá juntar a sujeira que varre. Junta ela é poeira, sozinha ela é.
Eu quero ser, como a sombra solitária e vaga, como o fantasma insólito e invisível. Mas como, se já vem me exigindo mais? Me exigindo ações, reflexões, pensamentos, frases inteiras. Deixem-me no meu papel de leitor, observador, mudo diante o texto. Não me tornem narrador, menos ainda personagem. Eu quero ser, longe de tudo isso. Deixem-me só, só por hoje só. Tratem-me como o xaxim do mato, que se receber cuidados, morre. Tratem-me como ao anão do jardim, que todos deixam simplesmente ser, sem nada exigir.
aproveitando a deixa e meu lado sem-noção, vou lhe pedir pra ser mais uma coisa! hehehe
ResponderExcluirpor favor, *seja* uma blogueiro bonzinho e libere os feeds do 'anjo maldito'!
Adorei!!! ^^
ResponderExcluir"Deixem-me ser!" Me lembrei da minha aula de Filosofia...
Olá, será que ainda lembraria da sua antiga cunhadita? Pois é, aqui estou eu, depois de algum tempo sem dá notícias. Eu dei uma passada aqui para te plagiar... Estou brincando, não farei isso, táh? Eu vim aqui, li esse seu último texto, e o que tenho a dizer que você não perdeu nem um pouco do seu talento, do seu jeito com as palavras. Na verdade, só melhorou. Gostei bastante do texto. E me identifiquei com ele. Parabéns.
ResponderExcluirE o que tenho a dizer a você, é que mesmo com esse tempo, não esqueci das conversas que tivemos e os comentários que já fez ao meu antigo blog. E quero dizer, que sinto saudades.
ex-Cunhadita.
O problema é que nem sempre se é sozinho. Sou, porque você, também, me faz ser.
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