quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Felicidade


Felicidade não faz barulho. Felicidade não sai na rua, não dá abraço ou sorriso forçado e não abana para quem passa. Felicidade não quer aparecer. Felicidade não vai às festas e nem se deixa fotografar para o Facebook. Felicidade não ganha aumento, não sobe de cargo e não fila a simpatia alheia. Felicidade não humilha ninguém. Felicidade não usa anéis sem decoro, não quer sapato de couro e não é sempre a primeira a falar. 

Felicidade não quer sair no jornal.

Felicidade não mente, não fala em nome dos outros e não obriga sua presença a ninguém. Felicidade não faz complô, não troca olhares significativos e não quer ser mais importante do que qualquer um. Felicidade não se importa com os outros. Felicidade não quer ter poder. Felicidade não quer parecer.

Felicidade chega em casa depois de um dia de cão e sorri. Embevecida. Não importa o quanto a queiram, só ela decide a quem se dar. Não importa o quanto se importem, ela só quer um canto de lábio. Felicidade é aquilo que fica quando ninguém mais sabe, ninguém mais vê, ninguém mais se importa. Felicidade é promessa de ser feliz mais além. Felicidade é perceber como tudo é passageiro, como pouca coisa é realmente importante, como há quem lhe ama só por amar, não por mostrar. Felicidade, enfim, é ser. Ser de verdade. E saber, mesmo que ninguém mais saiba, que se é feliz.

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