quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

E chove em Tapera VII


— Oi...
— Oi... Nossa!? Você?!
— É, eu voltei, lembrei de você e pensei... por que não?
— Nossa. Quanto tempo. Você fica até quando na cidade?
— Eu... eu não vim a passeio. Eu voltei. Meio que de vez.
— Mesmo?! E seus compromissos todos? O trabalho lá em Santa?
— Eu fui demitida... Tempos ruins, essas coisas.
— Ah... E a sua irmã, você ainda cuida dela?
— Não. É.... na verdade ela casou.
— Que bacana...
— É... eles se mudaram para o Paraná.
— E a sua tia, aquela que estava doente, ela conseguiu fazer o tratamento?
— Então... a tia Clara... ela faleceu.
— Nossa.... Sinto muito.
— É... no estado em que ela estava, acabou sendo o melhor.
— E o seu trabalho voluntário, com os animais?
— Eu acabei largando o abrigo. Foi algo passageiro. Eu não tinha mais tempo, sabe?!
— Hum... sei. E seus pais? Você ainda...
— Eles se separaram. Meu pai saiu de casa e nem telefonou mais. Minha mãe está morando sozinha agora.
— Ah...
— Bom, não interessa muito. Na verdade eu estive todo esse tempo pensando em você. E por isso eu vim até aqui. Porque se não viesse acho que eu iria explodir. Lembra qual foi a última coisa que você me perguntou antes de eu partir?
— Lembro. Lógico. Eu perguntei se alguma vez... você conseguiria ser minha. Só minha.
— Pois é. Isso. Eu agora vim aqui para te responder que sim. Que eu conseguiria ser sua. 
— Wow... é.... desculpe, mas essa foi uma pergunta que você já respondeu antes. E agora já não tem como mudar sua resposta. Eu sinto muito... Eu...

(trovões)

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