Para amigos além de uma fronteira*
De Tomas Tranströmer (poeta vencedor do Nobel de Literatura)
I
Fui tão econômico em minha carta. Mas o que não pude escrever
Inflou e inflou como um antigo zepelim
E se perdeu, por fim, no céu noturno
II
Agora o censor está com a carta. Acende a lâmpada
Na luminosidade voam minhas palavras, como macacos na jaula
se sacodem, se aquietam, mostram os dentes!
III
Leiam nas entrelinhas.
Nos encontraremos em 200 anos
Quando caírem no esquecimento os microfones de hotel
e poderemos dormir feito moluscos.
* traduzido da versão castelhana por Roberto Mascaró
Sagitário
De Oscar Quiroga (no horóscopo do meu signo)
As palavras corretas que não são ditas quando necessárias, o tempo as transforma em maldições. São palavras corretas, porém mal ditas. O momento deve ser apropriado para as palavras importantes serem proferidas.
Tudo no jornal Zero Hora de hoje, 07 de outubro.
Até daqui 200.
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