sábado, 22 de novembro de 2008

Das Esperas & Desesperos

"que esperar não é saber"



Eu poderia começar por qualquer parte da tarde que se esvai, mas prefiro dar início pelo grito do pássaro. Ele grita, alegre e alheio às minhas dores, do outro lado da janela. O sol nada mais é que reflexos no topo da árvore onde ele se esconde, nesgas laranjadas que penetram pelas frestas da veneziana.
O vento faz soar o correr das folhas, quase com o mesmo som que o correr das horas. Horas de espera, sempre longas, sempre infrutíferas, sempre insinceras.
Que cada um decida com o que vale gastar seu tempo. Que cada um escolha quem lhe merece mais a companhia. Porque sou todo amor em olhares de ouro, sou todo amêndoas no cair da noite, sou todo carinho e estou sozinho.
Sou todo sincero e todo inútil, olhando as cortinas tremeluzirem à brisa. Aproveito a espera e preparo sorrisos falsos, calabouços de amores a aprisionar os sentimentos dormentes de em vão esperar.

Um comentário:

  1. Anjo, essa frase infelizmente descreveu meu dia:
    "Porque sou todo amor em olhares de ouro, sou todo amêndoas no cair da noite, sou todo carinho e estou sozinho."...

    ResponderExcluir

Obrigado pelo seu comentário.