A cada um deixei uma maçã, antes de partir. E é estranho que há tanto tempo fora me preocupe o destino das maçãs que ofertei. Alguns jogaram minhas maçãs pela janela, bem o sei. Rindo com escárnio e desdém de presente tão vermelho. Eu não os perdoei, porque fui nascido para não perdoar.
Outros guardaram minhas maçãs com tanto afinco, com tanta ânsia para não me perderem, que as frutas apodreceram, abafadas em uma gaveta. Eu não os culpei, porque mesmo podres as maçãs são doces.
Alguns comeram minhas maçãs tão logo eu fechei as portas, com tal ânsia e sofreguidão que engoliram as sementes. Dentro desses eu ainda estou, pequenino, em brotos que não virão a ser. Eu não os confortei, porque mesmo esses me perderam todo.
Na verdade, vejo agora, a preocupação é tola e vã. O que me importa são aqueles que de mim nada ganharam. Porque a esses, a esses eu voltarei, nem que seja com maçãs nos bolsos.
Texto tão complexo, meu amigo, que ainda estou a pensar... Quais maçãs comi, quais guardei, quais recusei?
ResponderExcluirE o que faço com as minhas?
Impossível ser indiferente às tuas palavras...
Abraço.
Belíssimo texto, Vi!!
ResponderExcluirmuito lindo mesmo! rsrs, a volta dessa forma, se faz muito mais interessante.. bjo!!!!!!
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