quinta-feira, 14 de julho de 2011

Olhos de ver

Não.

Ela não era uma vira-lata marrom e velha, era uma princesa capturada.

Não.

Aquele não era um canil de tela furada, era um castelo com uma passagem secreta.

Não.

Aquelas não eram bergamoteiras em flor, eram guardas de cem olhos brancos.

Não.

Aquilo não era um cabo de vassoura quebrado, era uma espada de prata.

Não.

Aquela não era uma toalha de mesa xadrez, era a capa de um príncipe valente.

Não.

A vizinha não era só uma senhora velha, era uma bruxa que fazia poções e capturava indefesas princesas.

Não não.

Aquele não era apenas mais um menino solitário brincando de faz-de-conta.
Aquele, caríssimos, era eu.


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Inspirado no que vivi, despertado pelo que vi:

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