quarta-feira, 24 de março de 2010

Otimismo (Texto em dó de mi maior)

Então, fica combinado que esta noite não dormiremos. Comumente acertado que passaremos cada minuto de olhos abertos, no escuro. Vamos esperar o dia com sofreguidão e ânsia e medo. Como se temêssemos a luz, até a luz. Trataremos, pois, de ficar em mergulhados em aflições até saírem todos os resultados, favoráveis ou não. Suspenderemos a respiração do que em nós vive até segunda (feira ou ordem), e imaginaremos finais (cada dia mais catastróficos). Fica combinado que, para nós, qualquer barreira será o fim.

Ou então, fica combinado que esta noite dormiremos. Comumente acertado que fecharemos os olhos, nem que à força, e iremos esperar que os sonhos nos venham levar para qualquer lugar longe da realidade. Fugiremos em oníricas nuvens e hoje, só hoje, poderemos ser até o que não fomos. Apesar disso, fica combinado que, para nós, qualquer barreira será o fim.

Ou ainda então, fica combinado que esta noite faremos qualquer coisa. Comumente acertado que nos deixaremos carregar, seja para o sono, seja para a insônia. Trataremos de deixar o futuro ao deus para o qual ele pertence e descansaremos, simplesmente. Vamos tecer qualquer esperança de que tudo dará certo e segunda seremos, primeiramente, felizes. Continua, no entanto, combinado que, para nós, qualquer barreira será o fim.

Um comentário:

  1. De qualquer modo, prefiro que sejamos como crianças meio às cegas no mundo novinho em folha... Indo... Como vai o vento, como vai a chuva, como voa uma folha...

    Barreira = fim?
    Não, só um desvio no caminho.
    O fim é uma caixa fechada, e a vida não é uma caixa fechada.

    Adorei o texto. Abraço, Vini.

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