Então, fica combinado que esta noite não dormiremos. Comumente acertado que passaremos cada minuto de olhos abertos, no escuro. Vamos esperar o dia com sofreguidão e ânsia e medo. Como se temêssemos a luz, até a luz. Trataremos, pois, de ficar em mergulhados em aflições até saírem todos os resultados, favoráveis ou não. Suspenderemos a respiração do que em nós vive até segunda (feira ou ordem), e imaginaremos finais (cada dia mais catastróficos). Fica combinado que, para nós, qualquer barreira será o fim.
Ou então, fica combinado que esta noite dormiremos. Comumente acertado que fecharemos os olhos, nem que à força, e iremos esperar que os sonhos nos venham levar para qualquer lugar longe da realidade. Fugiremos em oníricas nuvens e hoje, só hoje, poderemos ser até o que não fomos. Apesar disso, fica combinado que, para nós, qualquer barreira será o fim.
Ou ainda então, fica combinado que esta noite faremos qualquer coisa. Comumente acertado que nos deixaremos carregar, seja para o sono, seja para a insônia. Trataremos de deixar o futuro ao deus para o qual ele pertence e descansaremos, simplesmente. Vamos tecer qualquer esperança de que tudo dará certo e segunda seremos, primeiramente, felizes. Continua, no entanto, combinado que, para nós, qualquer barreira será o fim.
De qualquer modo, prefiro que sejamos como crianças meio às cegas no mundo novinho em folha... Indo... Como vai o vento, como vai a chuva, como voa uma folha...
ResponderExcluirBarreira = fim?
Não, só um desvio no caminho.
O fim é uma caixa fechada, e a vida não é uma caixa fechada.
Adorei o texto. Abraço, Vini.