Que mania pertinhosa tenho eu de me estragar as poesias. Ora, é preciso deixar o dito pelo dito! Mas não, eu explico... No explicar eu me desnudo, desfio a rima, arrebento as estrofes e esparramo todo verso. Que absurdo. Preciso aprender, pois, que um poeta jamais se explicita. É preciso deixar que do poema pensem o que quiserem os Doutores.
E os Doutores pensam. E falham e trumbicam e erram e afirmam e é preciso nem estar aí. Se por “bola” entendem “sol”, não aquela ali, a de futebol, deixa estar assim. Se num braço sem todo e uma parte do todo sem o braço de toda parte pensam que está a Santíssima Trindade, deixemos eles, não Gregório?
Deixemos eles frustrados, sem manuais, com suas suposições alheias a alear nuvens vazias. Deixemos cutucar a poesia de longe, vendo se morde, se é bicho ou fruta ou planta. Deixemos que nem saibam e nem entendam quando dizemos o que está dito. Maldito, nem que seja.
As melhores poesias são aquelas que escrevemos sem respirar, e quando as terminamos, nem as entendemos mais.
ResponderExcluirMan, é uma posição essa a sua, Linné. Eu já sigo a minha colega, Renata Bezerra:
ResponderExcluirEscrevo o que é agradável a minha mente.
E dar importância para métrica, verso e rima é ultrapassado. Sou poeta contemporâneo como já citei antes por aí. Para ter idéia, não leio poesia de poeta "grande" (sem desmerecer o meu e o seu trabalho - somos grandes por assim dizer). Eu quero fazer algo diferente, usando somente as técnicas de escrita da faculdade e a minha observação do mundo, leio as suas e as minhas porque tem sempre uma correção a ser feita. Eu adoro explicar nas minhas poesias. Isso ontinua enquadrando o que escrevo como poesia segundo os conceitos. Também gosto de deixar em aberto, para reflexão das pessoas que lêem.
Mas, não interessa a ninguém. (Não sei porque me dou ao trabalho de escrever).
E eu às vezes falo grego.
ResponderExcluirSó poetiza quem faz das palavras não um amontoado de letras, mas um sentimento, sem manual de explicações.
ResponderExcluir