quinta-feira, 1 de abril de 2010

Você.

Bem que eu queria, mas não consigo tirar você de mim. Na pele, tantas vezes esfregada até a vermelhidão, ficou todo seu cheiro. Da minha boca nada tira o seu gosto. Meus ouvidos teimam em escutar você voltando e os meus olhos continuam só refletindo o brilho dos teus.

Fiz novenas, fiz promessa, obriguei velas inocentes a chorarem lágrimas de cera. Nada adiantou. Ao fim de tudo sua imagem continuava nítida na minha cama. Bebi vinhos, poções e venenos. Lambuzei-me com líquidos purpúreos e nem a embriaguez conseguiu levar você daqui.

Achei outros amores, deitei em outras camas, perdi-me em outras bocas. No final quem restava era sempre você. Como lembrança que não quer desapartar. Como memória que teima em não desvanecer. Como espírito que não quer desencarnar. Você.

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Texto experimental escrito para o projeto Once Upon a Time

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