Me faz falta sangrar no papel, cortar os dedos nas arestas finas e brancas. É que eu não posso. Eu represento tanto e me censuro mais ainda. Então eu não sangro, eu pingo água da torneira na folha e fico bem feliz com isso. Foi maculada! Foi maculada, ao menos! A água – que triste – evapora. No papel não fica nada, nem de mim, nem em mim.
Mas... se eu fosse sangrar, escreveria o quê? Lamentos? Tormentos? Ventos vazios? Acho que já não sei escrever em vermelho.
Acho que o sangue imprimiria naturalmente uma mensagem sobre o papel. Como uma mancha que se espalha cuidadosamente.
ResponderExcluirla vie en rose
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